Um pouco da minha razão, um pouco do meu coração e um pouco da minha alma. (E agora um pouco da minha crise de vestibulanda, rsrs.)

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

MAV

Um sucesso a 1ª Mostra de Arte e Cultura de Vinhedo promovida pelo MAV – Movimento ArtísticoCultural de Vinhedo - e o Grupo Anarquia Teatral realizada domingo, dia 12 de dezembro de 2010, das 18 às 22h, no espaço da antiga estação de Trem da cidade.



Ocupada há algum tempo pelo grupo Anarquia Teatral, apesar de muito depredado, contou com o esforço e a solidariedade de artistas de Vinhedo e de outras cidades como Louveira e Campinas, que desde cedo trabalharam duro para dotar o espaço de um mínimo de condições para receber os artistas e o público. Para tanto foi montada, a partir do meio dia, uma verdadeira operação de guerra para limpar e iluminar a velha estação e um dos seus vagões.

Nenhum tipo de ajuda do poder público. Apesar de ter sido solicitada a limpeza e a segurança para o local. A exceção, mais uma vez, ficou por parte da vereadora Marta Leão, a única, entre todos os edis, a responder aos seguidos convites para o fórum, “Rumos e Debates”, promovido pelo Anarquia Teatral, que vem sendo realizado todas as segundas feiras, no horário das 19h30, na própria estação.

A programação da mostra foi aberta com um recital de poemas que contou com os poetas Geraldo Maia e Gustavo de Carvalho, integrantes do projeto Os Poetizadores, de Campinas, a poetiza e escritora, Cacilda Ribeiro, que relançou o seu livro “Nos braços do feitiço do Tempo”, e dos integrante da banda Paramnése.

A seguir foi a vez do grupo “Viver e Conhecer”, de Louveira, a leitura dramática de “Medéia”, de Eurípedes, com Cícero e Dóxia, o “Leia e Leve”, ação de incentivo à leitura e doação de livros com o pessoal de Os Poetizadores, “Operação Marguerita”, com o grupo Anarquia Teatral, e apresentação final da banda Paramnése.

A Mostra contou também com uma exposição da artista-plástica, Maria Leipold, varal literário com Literatura de Cordel,Fanzines de “Os Meninos Românticos”, da Casa Guadalupana, de Campinas, e uma exposição com livros de Geraldo Maia, Benevides Júnior, ambos de Vinhedo, e Alexandre Cartianu, este também de Campinas.

O objetivo da mostra foi chamar atenção para o fato de que a prefeitura de Vinhedo, destarte investir milhões em infra-estrutura com a construção de dois Centros Culturais, um já pronto no bairro da Capela, e outro por terminar no João XXIII, por dar continuidade ao projeto de Oficinas Culturais, que realmente atende a milhares de jovens e adultos ávidos para fazer arte e cultura, e por trazer várias peças com atores globais, pouco ou nada tem investido em políticas públicas para financiamento da produção dos artistas do município que migram para outras cidades em busca de sobrevivência.

Cabe então a pergunta: para que investir em oficinas culturais, onde serão formados novos atores, músicos, artistas-plásticos, capoeiristas, cantores, se os mesmos não contam com editais, nem com leis de incentivo, nem com o fundo municipal de fomento à cultura que financiem os seus talentos e criatividade? Para que investir na formação de grupos teatrais nas escolas se terão vida efêmera por não existir nenhum tipo de apoio financeiro para que montem e circulem com as suas produções?

Será que a população de Vinhedo não gosta de ler? Ou não sabe escrever? Porque apesar do grande número de oficinas oferecidas nada existe em termos de literatura, poesia, criação de textos, leitura e confecção de livros.

Temos uma única biblioteca, sem atualização do acervo, sem atividades de formação de leitores, oficinas literárias, contações de histórias, nada, mais um mero depósito de livros. O bairro da Capela, dotado de pequeno Centro Cultural, não dispõe ainda de biblioteca. Será que continua por aqui a velha prática de quanto mais ignorante povo melhor para ser manipulado eternamente? Não creio, afinal uma cidade rica como Vinhedo deve possuir, em tese, um população culta e bem letrada, amante dos livros, da leitura, da literatura, das artes em geral. Mas a realidade não confirma muito essa tese.

A prefeitura gasta muito dinheiro com a sua programação cultural, mas esquece dos que trabalham e vivem de arte e cultura. Até então nada para eles. Eventos pirotécnicos, atores globais caríssimos, e oficinais culturas sem literatura, aí está no que consiste a programação da Secretaria de Cultura de Vinhedo. O MAV quer mudar essa realidade.

E para isso basta que a prefeitura inclua não só os projetos oficiais, mas, principalmente, as centenas de projetos engavetados dos artistas de Vinhedo no seu orçamento para a Cultura, um dos maiores do país, mais de 3%, sendo que para 2011 está prevista a bagatela de mais de oito milhões de reais.

Com esse dinheiro apoiando e financiando a produção dos artistas locais, Vinhedo, com certeza seria a Cidade da Culturano estado de São Paulo, com uma visibilidade nacional e internacional, o que acarretaria em mais investimentos, mais empregos, mais trabalho, mais educação, mais saúde, mais bem estar, mais talento e criatividade, porque se se tomar como exemplo o que se viu na 1ª Mostra de Arte e Cultura de Vinhedo, essas perspectivas são quase ilimitadas.

Geraldo Maia
Poeta

Membro do MAV e de Os Poetizadores

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"Quem quer amar a vida, E ver os dias bons, Refreie a sua língua do mal, E os seus lábios não falem engano."
(1Pe 3.8)

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